vocês não sabem o que têm nas mãos. tocam
os seios sem saber que no meio bate um coração, beijam bocas sem ouvir o que
elas têm a dizer, fixam os olhos sem perceber que por trás há uma mente
inquieta. são milhares de pensamentos e sentimentos que pulsam e se confundem,
vocês deviam fazer mais que apenas assistir. tenho pena dos que não se
arriscam, dos que não pulam e gostam do morno, dos que se conformam com
piscinas rasas e vidas rasas também. tenho pena dos que vão embora cedo, dos
que só viajam até a esquina, dos que pensam mil vezes antes de falar. vocês não
sabem o que têm nas mãos. e perdem amores por apostas, perdem companhia por
desinformação e cumplicidade por medo. perdem tempo. o meu e o de vocês.
(verônica h.)